sábado, 5 de junho de 2010

Avaliação 2

DISCUTINDO A COMÉDIA DIVINA COM DANTE
por: Dai Dudu, Li Tiezi e Shang An

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Neste quadro contém os 103 mais influentes Corpos da História mundial. Por isso o escolhi. São os seres humanos que trouxeram as grandes mudanças, cientistas como Einstein, filósofos como Platão, artistas como Charles Chaplin, Michelangelo, desportistas como Pelé e Mike Tayson, entre outros. Eles fizeram parte da história, e deixaram grandes legados a humanidade, desde sua forma de vida, a sua forma de pensar.

O poder de mudança de um corpo no mundo.


Durante o semestre inteiro nos foi passado uma idéia de conexão e relação entre as coisas, e isso foi se tornando nítido conforme foi passando o tempo, assim como essa prova: relacionar uma obra de arte com as temáticas trabalhadas até o momento. Pois a idéia Holística de todo e conexão existe (Fritjof Capra) e arte tem tudo a ver com Educação Física. Isso já nos foi mostrado em nossa primeira avaliação com a arte de Hélio Oiticica. Mas escolhi um quadro com personagens, com corpos, pois o que mais me impressionou neste semestre foi entender o poder deles em proporcionar mudanças, pois tudo está interconectado, portanto nossa capacidade de mudança é grande e esses corpos mostraram isso. Essa conexão existe entre corpos, mundo e vida, e isso foi o mais nítido para mim neste semestre.

A arte é uma manifestação cultural, logo, corporal. Pieter Brueghel um corpo no qual produziu a obra "Jogos Infantis" (1560) retratando uma realidade na idade média, na qual crianças e adultos "se confundiam", pois eram consideradas adultas a partir da hora em que não precisassem do apoio constante da mãe (Marcelo Uchoa), logo os jogos eram únicos para adultos e para o que hoje é uma criança. Brueghel retratou o jogo dessa maneira. Outro corpo que traz com mais impacto a verdadeira forma de jogo é HUIZINGA (Huizinga, Johan. Homo Ludens. p.3-31), ele nos abre a visão, mostrando que o jogo não se limita às práticas divertidas feitas por nós em horas de lazer, mas é amplo e está em todas as nossas práticas, desde o jogo na hora livre até a guerra como sendo um jogo, basta observar as características das práticas (regrada, livre, prazerosa, tensa, espontânea, séria...). Segundo ele, a evolução humana é dada graças aos corpos lúdicos, ou seja, a essência lúdica de todo ser humano. Todos os corpos muito conhecidos no quadro possuiam-na e encontraram em suas práticas a ludicidade e por isso obtiveram sucesso. A evolução humana foi um processo e ainda é, a Educação Física faz parte disso junto a muitos corpos, que trouxeram as mudanças: ela perante a história já foi encarada como forma de treino para as guerras (Militarismo), como forma de manter a saúde (Higienismo) e como forma de tentativa de mostrar superioridade (Eugenismo - Hitler).

Mas o processo não pára e outros corpos percebem falhas nestas formas de encará-la e criam novas linhas de pensamentos, encarando a prática de uma forma mais pedagógica (Desenvolvimentista (Go Tani), Construtivista (Freire), Cultural (Daolio), entre outras...) no quadro encontramos corpos que participaram dessa(s) Educação(ões) Física(s) como Hitler (Eugenista), Pelé, Michael Jordan, Mike Tayson (Tecnicista).

A ciência faz parte desse processo Histórico. Práticas militares e técnicas são causa da forma de pensar de determinada época: divisão mente e físico (Platão; Descartes) e o corpo como máquina que se tem controle e previsão (princípios newtonianos). O flme: "Nós que aqui estamos por vós esperamos" mostra isso, ele retrata o séc. XIX, época na qual a indústria dominava a forma de vida dos corpos e na qual surge o tempo determinado de Lazer. Para entendermos melhor essas conexões, apelo à prática luta onde se encontra nítida sua relação com a História. Nas lutas em sua maioria, a forma de ensino é militarista, pois elas possuem características militares, eram no passado, formas de treinamento para as guerras quando só existiam armas brancas. Depois do surgimento das armas de fogo ela começou a se tornar uma prática em busca da saúde ou autodefesa e não de treinamento para as guerras. Não só a luta, mas todas as outras práticas como a dança, o esporte, a ginástica e o próprio jogo passaram por transformações, talvez não tão nítidas como as artes marciais, mas passaram. Há determinadas danças (ballet), assim como há algumas ginásticas (ritmicas) que eram consideradas práticas puramente femininas, hoje não. Os jogos hoje são muito mais eletronicos do que propriamente práticos, só colocar "jogos" no "google" que logo aparecem vários sites de joguinhos online. Essas mudanças foram acompanhadas por diferentes corpos, graças a outros corpos que nos trouxeram a tecnologia, por exemplo. O esporte que possui práticas derivadas de jogos, no início possuía a intenção de entreter (PRONI M.W, 2002), hoje, movimenta grande parte do capital de muitos países, se tornando muito mais um instrumento de lucro, a mesma crítica demonstrada por Bracht em seu texto "A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista" onde ele aponta características semelhantes às da física newtoniana no esporte alto rendimento nas escolas: particionada, individualista (hierárquica), mecânica, "controladora".... Ele aborda uma questão mais pedagógica, após a crítica ele apresenta que a solução seriam os jogos cooperativos (assim como Brotto) acreditando que é o que o atual mundo necessita, menos individualismo e mais cooperação. No mesmo assunto Viviane Mosé aborda questões que também são mostradas nos filmes: "Por trás dos muros da escola" e "Escritores da Liberdade", apresentando as falhas da atual forma de ensino e chega a mesma conclusão, que a atual educação está formando pessoas não-críticas. E que a solução seria uma escola que se insere no contexto social dos corpos ali, alunos, que estimule o conhecimento, não que o obrigue a buscá-lo, menos particionada, mais flexivel (princípios quanticos).... Ou seja, corpos interconectados, buscando uma melhor educação, uma evolução. DAOLIO baseado em MAUSS nos traz uma evolução (do corpo) a partir da experiência do novo, e ao decorrer do semestre tivemos algumas, a vivências aquática, a do pakur, skate, ginástica (lúdica), a do xadrez (humano ou normal) e algumas proporcinadas por trabalhos, no meu caso comer polvo e dança contemporânea.

Portanto, aprendi que todas as mudanças, se devem à corpos lúdicos, culturais, totais (DAOLIO, MEDINA 1995) e não puramente físicos e mecanicos. Hoje estamos ganhando consciência disso, mas assim como Mosé nos traz, não podemos culpar ninguem por algum acontecimento, é um processo no qual todos fazemos parte, a evolução, a mudança se dá a partir do desconforto da atual situação gerando a consciencia, o ato e a prática de buscar o melhor, a movimentação dos corpos (Mosé 2010). Essa mudança se reflete no mundo e na forma de vida. Conceitos mudam atitudes melhorando os procedimentos, diferentes procedimentos que geram novos conceitos. (class. Darido e idéia antropológica de Mauss).


Referências Bibliográficas:

CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 6.ed. São
Paulo: Cultrix, 2001. 256 p.
BRUEGHEL, Pieter - Obra "Jogos Infantis", 1560
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. Editora: Perspectiva, São Paulo, 2004, 5º ed. 256 p.
CARVALHO Junior F. Iniciação ao Xadrez. Editora: Summus, São Paulo, 1982, 11ª ed . 193 p.
MARCELO WEISHAUPT PRONI, Marcelo Proni/ R. Lucena (orgs,RICARDO LUCENA), 2002, 251p.
UCHOA M. A História da Criança dos tempos médios aos tempos modernos, link: aqui
TANI G. e colaboradores (1988) obra: Educação Física Escolar: Fundamentos para uma abordagem desenvolvimentista
FREIRE J.B (CENP)Educação Física de corpo Inteiro -1989
MEDINA, João Paulo S. O Brasileiro e seu corpo. Editora: Papirus, Campinas, 1990.
DAOLIO, Jocimar. Da Cultura do Corpo. Editora: Papirus, 1995.
MOSÉ V. Café Filosófico, TV CULTURA, 2010 link: aqui
BROTTO F. Jogos cooperativos: O jogo e o esporte como exercício de convicência, Campinas 1999, dissertação de mestrado, link: aqui
BRACHT V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. Revista Brasileira de ciencias do Esporte. São Paulo, v. 7, n. 2, p. 62-68, jan. 1986.