segunda-feira, 25 de outubro de 2010

FORMAÇÃO CONTINUADA

Tentarei nesta postagem escrever sobre a Formação Continuada de Professores me baseando nos pontos de vista de 2 autores: Dermeval Saviani e Denise Trento de Souza, que por possuírem pontos de vistas diferentes, geram uma boa discussão.

Os textos são:

1. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. (Dermeval Saviani)

2. Formação continuada de professores e fracasso escolar: problematizando o argumento da incompetência. (Denise Trento Rebello de Souza)

1- No texto 1 SAVIANI descreve os aspectos históricos da Educação no Brasil dividindo-o em algumas fases, o que nos faz chegar a conclusão, depois de ler, que nas muitas tentativas de melhorar a educação (ou supostas tentativas), concentravam-se em aspectos também importantes, mas não aspectos chaves para uma melhora significativa. E propõe como culpa da atual educação no país não como sendo apenas dos professores, como se destaca atualmente, mas como sendo um problema de sistema, e a escola como a detentora do maior poder de mudar esse mesmo sistema.

2- No texto 2 SOUZA com afirmações baseadas em uma rica argumentação teórica baseada em muitos autores, começa afirmando que a educação encontra-se definida de forma equivocada por falta de conhecimento, como ele afirma: da vida cotidiana das escolas, fazendo assim com que os problemas e as soluções fossem homogeneizados. E finalizando esta parte tenta alertar que temos de sair desta visão de realidade homogênea para uma visão heterogenia. Seguindo com o texto ele demonstra uma "pesquisa sobre o fracasso escolar e seus desdobramentos" nas quais levam as questões já postadas neste blog (*link) de que a falha encontra-se na escola em geral e que muita coisa influencia e referente aos professores o erro esta na forma de ensinar, não na falta de conteúdo. Em seu terceiro título temos "reflexão sobre a formação continuada dos professores" a partir deste tema ele desdobra muitas discussões e a principal delas é a competência ou incompetência dos professores, coloca em discussão a atual educação brasileira como culpa dos professores e debate dizendo que eles mesmos passaram a acreditar nisso, afirmando essa realidade usando da culpa, ou seja, culpam os outros professores para que sejam diferenciados da massa desses "atuais professores incompetentes". E finalizando ele une os temas citados durante todo o texto e conclui que para melhora da educação é preciso a melhora de todos as características ou os componentes que formam a escola.

Minha conclusão após ler estes textos é que não temos de culpar ninguém pela atual educação, por toda a história culpamos alguém pelo fato do presente ser como é e isso nunca nos levou a nada. Temos de mudar sempre, afinal o mundo é mudança. Fazer parte do contexto, observá-lo, procurar as falhas, entende-las, afinal só assim poderemos mudá-las. Pararmos de culpar, a evolução é um processo, sabemos das falhas, ótimo, é só o que precisamos saber para corrigir e possivelmente melhorar.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Complexidade

Os fenomenos aos quais venho sendo exposto nesse curso tem trabalhado cada vez mais minha percepção das coisas, desde que voltei a pensar" é diferente e é facil agora usar o que estou aprendendo com o meu dia-a-dia, pode parecer estranho, mas assim como ouvi a poucos dias na Universidade a palavra para o entendimento: Complexidade.

E na Educação Física temos de entender temas complexos como o MOVIMENTO, que durante muito tempo foi ensinado e aprendido de forma fragmentada, sendo que fenomenos complexos como este, não ocorrem separadamente e segundo o livro no qual estudo pra entender melhor esses temas da complexidade: Teia da Vida - Fritjof Capra (p.38) " O comportamento de um organismo vivo como um todo integrado não pode ser entendido somente a partir do estudo de suas partes" e aida "... o todo é mais do que a soma de suas partes" no nosso caso, a Educação Física tem como objeto um organismo vivo complexo: o ser humano, e para entendermos um de seus comportamentos: o MOVIMENTO, não podemos analisar os sistemas que o compõe de maneira particionada e quando menciono sistemas não me refiro a apenas processos que ocorrem no ser humano própriamente dito, mas no sistema da vida ao qual fazemos parte.
O que quero dizer com tudo isso é que os fenomenos da vida não ocorrem de forma isolada, mas durante muito tempo tentamos entende-los isolando-os.

"O padrão da vida, poderíamos dizer, é um padrão de rede capaz de auto-organização" (pag 78)

A auto-organização é chamada "ordem a partir do ruído" (Heinz von Foerster, década de 50). E um exemplo muito simples de um fenômeno parte da auto-organização é a cadeia alimentar, na qual basicamente um animal come o outro mantendo assim o equilíbrio das espécies, quando à persa exessiva de alguma espécie ou de seu mio ambiental ocorre a extinção da mesma ou de outras espécies. Ou seja através do caos se obtem a ordem e é exatamente da mesma forma que nosso corpo funciona para que se execute o movimento.
Para que o movimento ocorra é necessário energia e como não produzimos nosa própria energia necessitamos de alimento para ela ser utilizada, esse alimento são outros animais ou vegetais, os outros animais retiram energia das plantas, e as plantas retiram energia da luz do sol. Assim um pedaço da teia foi descoberto: se não existisse sol, logo a planta não teria energia, ela morreria, ou não existiriam animais e muito menos movimento.

Então o processo se inicia com SOL ele transmite energia luminosa para a terra, uma parcela dessa energia é capturada pelas plantas e é transformada em energia química, ao nos alimentarmos de plantas ou animais que contenham energia química ocorrem alguns processos até que ocorra o movimento:

A energia útil a nós e a substância intracelular que possui essa função é o trifosfato de adenosina (ATP), são três fosfatos de adenosina, no qual dois deles estão presos com ligações de alta energia. Uso dessa energia ocorre com a quebra da molécula (ATP) transformando-a em ADP+P, ou seja, difosfato de adenosina mais fosfato. A energia utilizada para ocorrer a síntese de ATP é derivada da glicose dos ácidos graxos e dos aminoácidos dos alimentos, existem 3 formas conhecidas para que ocorra essa síntese de ATP:

Imediato: Ocorre com a quebra da fosfocreatina um composto muito parecido com o ATP só que diferente do trifosfato de adenosina possui como base a creatina e não a adenosina e apenas 1 fosfato e não 3, mas também uma ligação de alta energia entre o fosfato e a creatina. A quebra da fosfocreatina libera essa energia para a transformação do ADP+P em ATP. Esse processo fica em evidencia em atividades físicas de Força e Potência. Esse processo ocorre apenas no líquido intracelular.

Glicolítico: Processo que usa do carboidrato (glicose) e através da via glicolítica é quebrado produzindo 2 moléculas de piruvato (usados no processo oxidativo) e liberando energia para síntese de duas moléculas de ATP. Esse processo fica em evidência em Atividades Físicas de Velocidade. Esse processo ocorre no líquido intracelular e apenas as moléculas de piruvato liberadas na via glicolítica se encaminham para o processo Oxidativo. O processo glicolítico libera hidrogênio no citoplasma da célula o que em grandes quantidades é ruim, pois atrapalha as funções do Sarcômero causando fadiga muscular.

Oxidativo: Processo que ocorre dentro das mitocôndrias: As moléculas de piruvato liberadas na via glicolítica (ou moléculas de ácido graxo) irão reagir com uma molécula denominada coenzima A originando-se em Acetil-CoA, gás carbônico e hidrogênios:
1. O gás carbônico é liberado.
2. Os hidrogênios são capturados pelo NAD (molécula transportadora).
3. As moléculas de Acetil-CoA reagirão com a molécula de ácido oxalacético resultando em ácido cítrico e coenzima A.

Em seguida cada ácido cítrico passará por um processo chamado: ciclo de Krebs no qual produz mais hidrogênio.
Os hidrogênios produzidos nesse ciclo ficarão armazenados em moléculas aceptoras do mesmo, que são: NAD e FAD. Na segunda etapa enzimas presas nas cristas mitocondriais recebem esses hidrogênios encaminhando-os ao oxigênio e como resultado final produz H2O (água) e energia. Os transportadores são oxidados se desfazendo de hidrogênio e passando por um processo chamado fosforilação oxidativa gerando H2O e mais energia armazenada na forma de ATP. . Esse processo fica em evidencia em atividades físicas de Resistência.

*Obs.: o Hidrogênio é ruim quando produzido no líquido intracelular, mas dentro das mitocôndrias é um composto importante na produção de energia.

Todos estes processos ocorrem juntos dentro do nosso organismo, mas alguns com mais evidência que outros, dependendo da atividade física. É um processo de auto-organização. Esse ATP é produzido para qeu os Sarcômeros possam se movimentar, através da Hidrolise e síntese do mesmo a energia é liberada para a movimentação dos Sarcômeros.

Todos esses processos de produção de ATP estão ocorrendo, pois o Encéfalo...

domingo, 15 de agosto de 2010

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - Saberes Necessários à Prática Educativa

Lendo seu prefácio (Primeiras Palavras), chegamos a conclusão de como Paulo Freire valoriza a ética e o respeito a cima de tudo, como função e obrigação de qualquer profissional especialmente os educadores, mas ele afirma o cuidado perante a a falsa ética (mentirosa) e após contar um exemplo da mesma cita:

" Não falo, obviamente, desta ética. Falo, pelo contrário, da ética universal do ser humano. Da ética que condena o cinismo do discurso citado acima, que condena a exploração da força de trabalho do ser humano, que condena acusar por ouvir dizer, afirmar que alguém falou A sabendo que foi dito B, falsear a verdade, iludir o incauto, golpear o fraco e indefeso, soterrar o sonho e a utopia, prometer sabendo que não cumprirá a promessa, testemunhar mentirosamente, falar mal dos outros pelo gosto de falar mal. " (FREIRE, P 1996)

Como ele mesmo diz: "A ética como ferramenta para convívio humano"

1.8 – Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática

Paulo Freire traz neste capítulo a idéia da auto-crítica perante aos seus atos e formas de pensar, voltando-se aos profissionais docentes, mas especialmente aos aprendizes de professores.
Ele é contra o dogmatismo, afirma ser um pensamento ingênuo. A favor do ceticismo, ele afirma que a reflexão sobre a sua prática deve sempre existir, devemos ser ao mesmo tempo que sujeito de nossas ações, objetos e devemos possuir atos epistemológicos perante nossas ações.
Afirma que ao percebermos o(s) erro(s) devemos praticar a mudança e usa exemplos para mostrar que essa mudança pode ser um processo, mas o reconhecimento da falha já é um grande passo e usa da parte emocional como a raiva para sairmos da zona de conforto e finalmente mudarmos.

domingo, 4 de julho de 2010

EDUCAÇÃO

Durante o Semestre nos foi passado uma nova visão sobre a Escola e a Educação no País e já postei alguns vídeos que discutem esse assunto aqui, como os da Viviane Mosé entre outros, mas axei um VLOG muito interessante e confiável que usa de refências bibliográficas, um vlog com qualidade acadêmica que trata desse assunto e de alguns outros, todos muito interessantes e muito fácil de entender, mas ao mesmo tempo rico em informações. Vejam isso:



é verdade a dança é tão importante quanto a matemática!

sábado, 5 de junho de 2010

Avaliação 2

DISCUTINDO A COMÉDIA DIVINA COM DANTE
por: Dai Dudu, Li Tiezi e Shang An

Para ampliar, clique na imagem.

Neste quadro contém os 103 mais influentes Corpos da História mundial. Por isso o escolhi. São os seres humanos que trouxeram as grandes mudanças, cientistas como Einstein, filósofos como Platão, artistas como Charles Chaplin, Michelangelo, desportistas como Pelé e Mike Tayson, entre outros. Eles fizeram parte da história, e deixaram grandes legados a humanidade, desde sua forma de vida, a sua forma de pensar.

O poder de mudança de um corpo no mundo.


Durante o semestre inteiro nos foi passado uma idéia de conexão e relação entre as coisas, e isso foi se tornando nítido conforme foi passando o tempo, assim como essa prova: relacionar uma obra de arte com as temáticas trabalhadas até o momento. Pois a idéia Holística de todo e conexão existe (Fritjof Capra) e arte tem tudo a ver com Educação Física. Isso já nos foi mostrado em nossa primeira avaliação com a arte de Hélio Oiticica. Mas escolhi um quadro com personagens, com corpos, pois o que mais me impressionou neste semestre foi entender o poder deles em proporcionar mudanças, pois tudo está interconectado, portanto nossa capacidade de mudança é grande e esses corpos mostraram isso. Essa conexão existe entre corpos, mundo e vida, e isso foi o mais nítido para mim neste semestre.

A arte é uma manifestação cultural, logo, corporal. Pieter Brueghel um corpo no qual produziu a obra "Jogos Infantis" (1560) retratando uma realidade na idade média, na qual crianças e adultos "se confundiam", pois eram consideradas adultas a partir da hora em que não precisassem do apoio constante da mãe (Marcelo Uchoa), logo os jogos eram únicos para adultos e para o que hoje é uma criança. Brueghel retratou o jogo dessa maneira. Outro corpo que traz com mais impacto a verdadeira forma de jogo é HUIZINGA (Huizinga, Johan. Homo Ludens. p.3-31), ele nos abre a visão, mostrando que o jogo não se limita às práticas divertidas feitas por nós em horas de lazer, mas é amplo e está em todas as nossas práticas, desde o jogo na hora livre até a guerra como sendo um jogo, basta observar as características das práticas (regrada, livre, prazerosa, tensa, espontânea, séria...). Segundo ele, a evolução humana é dada graças aos corpos lúdicos, ou seja, a essência lúdica de todo ser humano. Todos os corpos muito conhecidos no quadro possuiam-na e encontraram em suas práticas a ludicidade e por isso obtiveram sucesso. A evolução humana foi um processo e ainda é, a Educação Física faz parte disso junto a muitos corpos, que trouxeram as mudanças: ela perante a história já foi encarada como forma de treino para as guerras (Militarismo), como forma de manter a saúde (Higienismo) e como forma de tentativa de mostrar superioridade (Eugenismo - Hitler).

Mas o processo não pára e outros corpos percebem falhas nestas formas de encará-la e criam novas linhas de pensamentos, encarando a prática de uma forma mais pedagógica (Desenvolvimentista (Go Tani), Construtivista (Freire), Cultural (Daolio), entre outras...) no quadro encontramos corpos que participaram dessa(s) Educação(ões) Física(s) como Hitler (Eugenista), Pelé, Michael Jordan, Mike Tayson (Tecnicista).

A ciência faz parte desse processo Histórico. Práticas militares e técnicas são causa da forma de pensar de determinada época: divisão mente e físico (Platão; Descartes) e o corpo como máquina que se tem controle e previsão (princípios newtonianos). O flme: "Nós que aqui estamos por vós esperamos" mostra isso, ele retrata o séc. XIX, época na qual a indústria dominava a forma de vida dos corpos e na qual surge o tempo determinado de Lazer. Para entendermos melhor essas conexões, apelo à prática luta onde se encontra nítida sua relação com a História. Nas lutas em sua maioria, a forma de ensino é militarista, pois elas possuem características militares, eram no passado, formas de treinamento para as guerras quando só existiam armas brancas. Depois do surgimento das armas de fogo ela começou a se tornar uma prática em busca da saúde ou autodefesa e não de treinamento para as guerras. Não só a luta, mas todas as outras práticas como a dança, o esporte, a ginástica e o próprio jogo passaram por transformações, talvez não tão nítidas como as artes marciais, mas passaram. Há determinadas danças (ballet), assim como há algumas ginásticas (ritmicas) que eram consideradas práticas puramente femininas, hoje não. Os jogos hoje são muito mais eletronicos do que propriamente práticos, só colocar "jogos" no "google" que logo aparecem vários sites de joguinhos online. Essas mudanças foram acompanhadas por diferentes corpos, graças a outros corpos que nos trouxeram a tecnologia, por exemplo. O esporte que possui práticas derivadas de jogos, no início possuía a intenção de entreter (PRONI M.W, 2002), hoje, movimenta grande parte do capital de muitos países, se tornando muito mais um instrumento de lucro, a mesma crítica demonstrada por Bracht em seu texto "A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista" onde ele aponta características semelhantes às da física newtoniana no esporte alto rendimento nas escolas: particionada, individualista (hierárquica), mecânica, "controladora".... Ele aborda uma questão mais pedagógica, após a crítica ele apresenta que a solução seriam os jogos cooperativos (assim como Brotto) acreditando que é o que o atual mundo necessita, menos individualismo e mais cooperação. No mesmo assunto Viviane Mosé aborda questões que também são mostradas nos filmes: "Por trás dos muros da escola" e "Escritores da Liberdade", apresentando as falhas da atual forma de ensino e chega a mesma conclusão, que a atual educação está formando pessoas não-críticas. E que a solução seria uma escola que se insere no contexto social dos corpos ali, alunos, que estimule o conhecimento, não que o obrigue a buscá-lo, menos particionada, mais flexivel (princípios quanticos).... Ou seja, corpos interconectados, buscando uma melhor educação, uma evolução. DAOLIO baseado em MAUSS nos traz uma evolução (do corpo) a partir da experiência do novo, e ao decorrer do semestre tivemos algumas, a vivências aquática, a do pakur, skate, ginástica (lúdica), a do xadrez (humano ou normal) e algumas proporcinadas por trabalhos, no meu caso comer polvo e dança contemporânea.

Portanto, aprendi que todas as mudanças, se devem à corpos lúdicos, culturais, totais (DAOLIO, MEDINA 1995) e não puramente físicos e mecanicos. Hoje estamos ganhando consciência disso, mas assim como Mosé nos traz, não podemos culpar ninguem por algum acontecimento, é um processo no qual todos fazemos parte, a evolução, a mudança se dá a partir do desconforto da atual situação gerando a consciencia, o ato e a prática de buscar o melhor, a movimentação dos corpos (Mosé 2010). Essa mudança se reflete no mundo e na forma de vida. Conceitos mudam atitudes melhorando os procedimentos, diferentes procedimentos que geram novos conceitos. (class. Darido e idéia antropológica de Mauss).


Referências Bibliográficas:

CAPRA, Fritjof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. 6.ed. São
Paulo: Cultrix, 2001. 256 p.
BRUEGHEL, Pieter - Obra "Jogos Infantis", 1560
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. Editora: Perspectiva, São Paulo, 2004, 5º ed. 256 p.
CARVALHO Junior F. Iniciação ao Xadrez. Editora: Summus, São Paulo, 1982, 11ª ed . 193 p.
MARCELO WEISHAUPT PRONI, Marcelo Proni/ R. Lucena (orgs,RICARDO LUCENA), 2002, 251p.
UCHOA M. A História da Criança dos tempos médios aos tempos modernos, link: aqui
TANI G. e colaboradores (1988) obra: Educação Física Escolar: Fundamentos para uma abordagem desenvolvimentista
FREIRE J.B (CENP)Educação Física de corpo Inteiro -1989
MEDINA, João Paulo S. O Brasileiro e seu corpo. Editora: Papirus, Campinas, 1990.
DAOLIO, Jocimar. Da Cultura do Corpo. Editora: Papirus, 1995.
MOSÉ V. Café Filosófico, TV CULTURA, 2010 link: aqui
BROTTO F. Jogos cooperativos: O jogo e o esporte como exercício de convicência, Campinas 1999, dissertação de mestrado, link: aqui
BRACHT V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. Revista Brasileira de ciencias do Esporte. São Paulo, v. 7, n. 2, p. 62-68, jan. 1986.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Semana Laboratório

Minha vida esta semana tanto na faculdade, quanto fora dela, foi um constante laboratório de experiências. Começamos bem com a experimentação do corpo na Dança, diversos grupos, diversas danças. Meu grupo trouxe para sala o Jumpstyle, um dos diversos tipos de dança para a música eletronica que trabalha através do pulo os movimentos corporais com sincronia entre braços, troncos e pernas.


Jumpstyle

Nessas experimentações comecei a observar o quão pouco conheço meu corpo. Não sabia da minha tamanha dificuldade para me expressar através de algumas danças nas quais são necessários um melhor jogo de quadril e tronco. Refleti sobre isso e me lembrei de MEDINA (1990, p.66) "O corpo é apropriado pela cultura. As instituições assumem seu papel. Como dizem é necessário a preparação (do corpo) para convívio em sociedade. É preciso aprender as regras sociais. Começa a divisão. Começa a educação. O corpo da criança vai sendo violado por um conjunto de regras...", "o que o corpo fala é o que o social está falando através do corpo". E entendi. A sociedade aceita com mais facilidade a mulher na dança e não tanto o homem. Quantas vezes ouvimos: "Ah! o homem que rebola vai virar gay", ouvi muitas vezes essa fala preconceituosa, um símbolo social já criado em mim, "educando" meu corpo desde a infância.

"Escritores da Liberdade" (Freedom Writers)  um filme que retrata muito bem a idéia de MEDINA quando traz a idéia da influencia da sociedade no corpo, e a idéia de classe dominante e classe dominada (aspectos capitalistas, individualistas e exclusivistas) e suas dificuldades.
A história é baseada em fatos reais, e se passa em uma escola periférica pública nos EUA onde a diversidade etnica é grande, gerando conflitos e como causa a criação de gangues.  
Erin Gruwell é a professora cheia de planos que entra na escola para pegar a turma "excluida" na escola, os alunos problemáticos. Ela enfrenta muitas dificuldades, mas aborda uma estratégia na qual assim como no filme "Vem dançar" o professor aborda. Se insere no contexto social dos alunos para entender melhor as suas realidades, e assim estabelecer uma estratégia melhor de ensino. No caso, ganhando consciencia das gangues, ela entra nesse assunto em sala de aula e logo associa com a Segunda guerra mundial (os problemas étnicocentricos e raciais e suas consequências) ganhando ajuda de "Any Franck" e seu diário (o livro) no qual retrata uma das vítimas do Holocausto por consequencia do etnocentrismo que é o principal problema do bairro e das gangues. Trazendo um conhecimento necessário para a vida dos jovens (Viviane Mosé - Café Filosófico), ela consegue resgatar aquela turma. Um ótimo filme, não só para educadores, mas para nós, Educados.

Uma das experimentações que tive recentemente proporcionou a oportunidade de entender melhor os movimentos atléticos e analisar nossa coordenação motora e sicronismos. Através de exercícios de iniciação a vida atlética, pude perceber o quão ruim sou no arremesso, e quão bom sou em movimentos de corrida e na sincronia braços e pernas. Uma experiencia muito interessante, trabalhada com materiais improvisados, como bolas de meia e garrafas pets.

A experimentação que prometi a vocês foi alcançada:

Imagem Base

Minha EXPERIÊNCIA

Sou o de branco. Consegui, depois de muitas tentativas... Não fiquei muitos segundos no ar, foi necessário muita força na lombar e nas pernas e um pouco de força nos braços e abdomem também. (risos)


O referencial usado por Jocimar Daolio em seu livro vem da Antropologia Social. Ele usa dela para entender melhor a prática “Professor de Educação Física”, afirmando que a antropologia social é o estudo do homem nas suas relações sociais e entendendo o mesmo como um construtor de significados para suas ações no mundo. E que somos seres sociais até mesmo em nossa profissão. Ele entende os profissionais de Educação Física como seres sociais buscando em sua profissão sentido para suas vidas.

Como seres sociais possuem influencia cultural (em seus corpos) e uma noção de corpo, mundo, escola, sua profissão, que define e orienta o mesmo em seu trabalho.
A ideia é entender o contexto da realidade dos mesmos e assim entender a justificativa de suas práticas de uma maneira melhor.

O tema do livro tem como intenção entender melhor a atuação do profissional de Educação Física na escola, mas eles usam do “olhar antropológico” para assim analisarem de uma forma melhor. E fazem isso de uma forma total, não dividindo em aspectos. (psicológicos, sociais, etc...) A idéia é compreender os professores e os motivos de suas práticas, parecendo certas ou não.

Mas meu objetivo é passar aqui nesse resumo a idéia da mesma possibilidade usada por Daólio em sua pesquisa, a do “olhar antropológico”. Ele nos traz a idéia de olhar como causa das práticas vários fatores, analisar a vida social e as diversas influencias culturais, para assim, chegar a uma conclusão.

DAOLIO (1995, pag.17) “Entretanto, poucas investigações em Ed.Física olharam para os professores como agentes sociais e para sua prática como determinada culturalmente.” , “Por que, como elementos sociais que são, esses professores traduzem, em sua prática docente, determinados valores segundo a forma como foram educados, como foram preparados profissionalmente, segundo a escola que trabalham...

Ele considera os atos desses professores não só como conseqüência de seus cursos superiores, ou de suas escolas, mas também de sua vida social e cultural desde a infância.

A experiência realizada por nós (Comer Sashimi de Polvo) foi uma forma de nos aproximarmos mais dessa cultura tão estranhada por nós (ocidentais) em muitos fatores, e um desses fatores é a “estranha” culinária feita geralmente com frutos do mar, crus.
Para que a experiência ocorresse com sucesso utilizamos da Antropologia no princípio de alteridade
e no “estudo do que nos é estranho” estudando o homem em todas as suas práticas e costumes (Laplatine, 1988) . Para assim melhorar nosso conhecimento sobre outra cultura e nos aproximarmos mais dela reconhecendo assim outros valores.
DaMatta (1978) citado por Daolio (1995) pag. 28) afirma que tem que haver um estranhamento de sua cultura e uma famirialização com a outra cultura, para assim chegarmos as “respostas”.

DAOLIO (1995) pag.24 “ O conhecimento antropológico da nossa cultura passa, inevitavelmente, pelo conhecimento das outras culturas, reconhecendo que somos uma cultura possível entre tantas outras, mas não a única. Entretanto, esse conhecimento não se dá objetivamente apenas a comparação com a nossa para percebermos o quão diferentes elas são. Esse conhecimento é realizado a fim de se compreender o fim de determinada manifestação cultural numa dada sociedade e, a partir disso, relacionar com certos aspectos da nossa própria sociedade.

A conclusão que cheguei pós as experiências e a convivência mesmo que não tão intensa,
foi que apesar das diferenças somos iguais, o alimento pode ser diferente, as roupas, a forma de falar, mas ainda é alimento, é roupa é linguagem. Cheguei a conclusão que as diferenças são causa de diversos aspectos, mas que somos mais parecidos do que pensei.


Como levo esse aprendizado para a Educação Física?


Penso que a Educação física deve trabalhar de uma forma cultural, além de trabalhar os diversos aspectos procedimentais diversos, traz um conceito e atitudes de valores muito mais críticos e analíticos perante a diversidade e assim como as culturas a relatividade.

Uma das críticas apresentadas por Viviane Mosé em sua palestra sobre os desafios da Educação foi que: as escolas não se aproximam da realidade dos alunos, ela cita o exemplo: se a escola for dentro de uma comunidade na qual ocorrem tiroteios frequentes, é necessário esse aspecto social da realidade daqueles alunos ser tratado em sala de aula, pois faz parte de suas vidas e o conhecimento passado na escola têm de ser útil para aqueles alunos. Vamos usar o exemplo do filme “Escritores da Liberdade”, a professora se aproxima da realidade dos alunos (inseridos em gangues etnocêntricas raciais) e traz para eles a história da 2ª guerra mundial, onde os mesmos problemas, levados ao extremo causaram milhares de mortes. Resumindo: o contexto da vida daqueles alunos, mudou, para melhor.

O que aprendi a defender pós isso
: Que a diversidade existe, mas assim como é citado no livro “(DA CULTURA DO CORPO, DAOLIO (1995) pag.) temos que valorizar o que os homens têm em comum que são as diferenças. Quer dizer toda cultura tem sua religião, sua culinária, suas vestimentas, seus valores. Mesmo que as comidas, as religiões, as roupas sejam diferentes todos as temos. Que se nas escolas forem trabalhadas dessa forma a melhora na sociedade será significante, pois além de aprendermos a trabalhar com as diferenças, o auto conhecimento será maior e de melhor qualidade. 

Abaixo o Vídeo da EXPERIMENTAÇÃO:




Bibliografia:
 
MEDINA, João Paulo S. O Brasileiro e seu corpo. Editora: Papirus, Campinas, 1990.
DAOLIO, Jocimar. Da Cultura do Corpo. Editora: Papirus, 1995.